O Within Temptation tem uma marca: se reinventar em cada novo trabalho, mas sempre mantendo sua identidade. A banda iniciou sua carreira com o cd "Enter" lá em 1997 e o produto trazia Doom Metal pouco harmônico, é um trabalho bastante soturno, e para a época, bastante conceitual, principalmente no campo melódico. Após, tivemos o primeiro divisor de águas da carreira que foi "Mother Earth", que era menos conceitual e mais folclórico e rendeu comparações com o Nightwish, isso lá no ano 2000.
E a banda foi evoluindo o conceito de metal sinfônico desde então e criou The Silent Force em 2004, que marcou como primeiro trabalho da banda a incluir faixas orquestradas, sendo um salto de qualidade inimaginável até então. Qualidade essa que se mantem no álbum seguinte, o imponente e crítico "The Heart of Everything", um pouco mais comercial, porém, cheio de identidade e letras de tirar o fôlego. Em 2011, a banda volta a produzir faixas mais conceituais, aliando arte visual ao pacote.
"The Unforgiving" não é só um álbum conceitual maravilhoso, ele é uma coletânea de trilhas sonoras maravilhosa. A arte da capa de The Unforving é assinada pelo notório desenhista Romano Molenaar que trabalhou na série X-men. E com o conceito das HQ's criaram um álbum visual que rendeu três curta metragens e uma história em quadrinhos, além disso, a banda trouxe um CD de metal sinfônico com entradas dançantes, simplesmente genial. Nunca antes os anos 80 foi trazido de forma tão natural para o metal sinfônico.
E agora temos Hydra e parece que a banda trabalhou para fazer mais "buzz" do que músicas de qualidade. Tudo em Hydra parece reciclado da genial carreira do Within Temptation. Não estou dizendo porém que os trabalhos não tenham qualidade de produção e que eles sejam capazes de entreter aos fãs, mas que a banda começou a mostrar sinal de cansaço criativo. A primeira faixa possui momentos deprimentes de letras "Let Us Burn" possui um chorus bastante atraente liricamente, mas Sharon canta Let Us Burn/ Let Us Burn/ The night in the skies here tonight. Alguns dirão que é uma enfase, e que pleonasmos são utilizados como forma de liberdade poética. Porém não vejo no restante da letra nada que indique que tal pleonasmo tenha sido utilizado de forma poética, e sim, somente para preencher a melodia de forma vazia.
Hydra possui um número grande de participações no disco. No total, são quatro participações. Apesar da não confirmação oficial quanto ao conceito do álbum, creio que os convidados sejam a segunda cabeça da Hydra, que compõe a segunda voz. E talvez de fato as cabeças tenham sido cortadas e se multiplicaram em vários coros e duetos durante as faixas. É com base nesse animal mitológico e suas características que tenha nascido o conceito do álbum. É possível inclusive fazer conexões entre a música "Edge of the World" com "Where is the Edge" do The Unforgiving. E é aí que nasce mais uma decepção, todos os temas, todas as canções parecem rebuscadas.
"Silver moonlight" remete a era "Enter" e claramente se enquadra como doom metal e as músicas todas remetem a algo que a banda já fez. E muitos refutarão dizendo que é uma questão de identidade. Tudo bem, concordo em partes, porém não deixa de ser decepcionante que quase todas as faixas sejam comparáveis com outros trabalhos.
Ouça sem parar:
"Edge of the World"/ "Whole World is Watching" / "Paradise"
Ficha técnica:
Gravadora: Universal Music / Sony BMG
Gênero: Metal sinfônico / Gothic Metal / Dark atmosphere
Ano: 2014
Nota: 5,25
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