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domingo, 19 de janeiro de 2014

Os efeitos da percepção no mundo da música e no marketing em geral



Percepção é uma função cerebral que dá significado as nossas experiências à partir do que sentimos. Dentro dos aspectos da percepção existe a percepção visual, de tempo, de espaço, auditiva e até percepção social. Cada pessoa possui uma percepção para uma mesma situação ou estímulo e portanto se comportam de maneiras diferentes, pensam de formas diferentes. As pessoas criam durante a vida inúmeros modelos mentais. Por isso, os estudos da percepção são tão importantes, por exemplo, para pedagogos, pois a percepção está diretamente ligada à atenção e aos processos cognitivos.


Cada um tem uma experiência diferente com a música, por isso, dificilmente, encontraremos pessoas que tenham gostos exatamente iguais, pois, nosso gosto por música possui inúmeros fatores que tornam ela muito particular. Sem a percepção auditiva não seriamos capaz de distinguir ritmo, timbre, volume e em conjunto com a percepção espacial, a origem de emissão de um som. O reconhecimento das formas só é capaz a partir da constância perceptiva, fator muito estudado pela Gestalt, e é de importância notória.


Porém um estímulo gerado muitas vezes acaba gerando desinteresse e isso possui uma explicação não só psicológica, mas de ordem econômica também. Conforme a Lei da utilidade marginal decrescente, que explica que quanto mais escasso o recurso mais valioso ele é, mesmo que sua utilidade seja marginal. Isso é explicado por Adam Smith a partir do paradoxo entre a água e o diamante.


Levando esse conceito para o mundo da música recente podemos fazer um paralelo com Lady Gaga.


Lady Gaga debutou para o grande público no final de 2008 e de lá para cá já lançou 4 álbuns e esteve exposta na mídia de forma intensa durante esse período sem descanso, portanto é natural que o público já não responda com a mesma empolgação de antes. Apesar da resposta até positiva nas vendas, que garantiram 1 milhão de cópias para Artpop, é notório o fato que ela já não consegue manter o mesmo apelo comercial. Talvez, se a Mother Monster tivesse dado algumas pausas em sua carreira (oportunidades boas ela teve) poderia estar com uma imagem muito mais fresca que a atual. Porém, esse é um feeling difícil de perceber.





Aliado a isso, Lady Gaga (mesmo se esforçando) não consegue mudar e renovar a sua imagem. Essa característica camaleônica foi muito explorada por Michael Jackson e Madonna. Mais notoriamente Michael Jackson, cuja imagem mudou muito durante o tempo utilizando-se de tudo que era popular para montar sua imagem, apesar de não ser fã dele, devo admitir, que ele era um gênio na criação de buzz. Madonna seguiu bem seus ensinamentos mudando sua imagem constantemente, de dominatrix para a puritana e várias outras.



Portanto, mais importante que fazer buzz é a hora de parar e/ou se renovar (de forma ampla). Espera-se então que a música mude também. Fazem pelo menos 6 anos que o estilo de música mainstream é o mesmo. Sinceramente, estou cansado dos mesmos Pop sem sal, dos eletrônicos de falsos djs, e de rap (com excessão do Yeezus e Acid Rap, não lembro de nenhum álbum de Rap realmente decente) e dos rock n roll das bandinhas teen descoladas. Enquanto isso não muda, deixo minhas portas fechadas!

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